Incentivar a busca pelo conhecimento e fortalecer o processo de ensino e aprendizagem no ambiente escolar, a partir da resolução de desafios e atividades de forma dinâmica e com aplicação da gamificação. Esse é um dos objetivos do projeto “O Meu Futuro Agora”, idealizado pela professora de matemática, Rafaela Nóbrega, e cinco estudantes do ensino fundamental II, entre o 8º e o 9º ano, da Escola Professor Trindade Verna, na cidade de Santa Luzia, no sertão da Paraíba.
O projeto foi um dos selecionados para a disputa da etapa final da 3ª edição do Desafio Liga Jovem, considerada a maior competição de empreendedorismo e tecnologia com foco em educação do país, que aconteceu este ano na cidade de Belém (PA). Durante o evento, a proposta conquistou o reconhecimento de honra ao mérito na categoria ensino fundamental e o grupo ainda foi premiado com a entrega de smartphones e incentivo financeiro.

De acordo com a professora, Rafaela Nóbrega, na prática o projeto consiste no uso de uma plataforma digital com trilhas de aprendizagem e gamificação para gerar o engajamento dos alunos em suas atividades. “A proposta é tornar a rotina escolar mais atrativa, significativa e conectada ao futuro dos estudantes. Tudo acontece por meio do lançamento de desafios, recompensas, conteúdos orientadores e do acompanhamento da escola e da família. É uma solução que auxilia o estudante a entender seu propósito, manter a frequência e desenvolver o próprio protagonismo”, explicou.
Além de contribuir para a transformação do ambiente escolar e estimular a aprendizagem de forma simplificada, o projeto tem o intuito de promover o movimento de empoderamento de adolescentes e jovens para transformar suas ideias em soluções inovadoras, considerando o contexto da própria comunidade local.
Ao comentar sobre a repercussão do projeto na competição nacional, Rafaela Nóbrega destacou que o impacto da ideia tem contribuído para a construção de um ambiente de ensino melhor e com reflexos positivos na realidade dos estudantes. “O simples fato dessa iniciativa ter nascido dentro da escola e depois ter avançado para representar a Paraíba em uma competição nacional já despertou um sentimento de orgulho para toda a cidade. Isso gerou mais engajamento e mais interesse dos estudantes em aprender”, disse a professora.
Ainda de acordo com Rafaela Nóbrega, o resultado alcançado pelos estudantes na construção do projeto evidencia o potencial da escola pública em superar os desafios diversos do ambiente de aprendizagem e propor soluções inovadoras para melhorar o próprio espaço. “Esse resultado é motivo de orgulho, motivação e de muita responsabilidade. Isso confirma que estamos no caminho certo e reforça a importância de fortalecer cada vez mais a educação empreendedora dentro das escolas, criando espaços onde os alunos possam imaginar, criar, inovar e projetar seu futuro com confiança”, concluiu.
Para a gerente da Unidade de Educação Empreendedora do Sebrae/PB, Humara Medeiros, o caso do projeto desenvolvido na Escola Professor Trindade Verna, em Santa Luzia, revela o ganho que o processo de ensino e aprendizagem pode obter a partir da implantação de iniciativas focadas no protagonismo dos próprios alunos.
“Percebe-se que o ganho do processo ao trabalhar algumas competências empreendedoras com esses alunos é positivo, assim como o desenvolvimento de atividades de protagonismo. Isso reverbera justamente no que está acontecendo agora, o resultado de um produto que tem total viabilidade”, enfatizou.
Protagonismo estudantil e nova visão – Neste contexto de transformação, o estudante Pedro Bezerra, que é matriculado no 9º ano, participou do processo de construção do projeto e revela que a experiência dessa ação mudou a sua visão sobre como se preparar para os desafios. “Eu fique honrado e estou motivado e muito feliz por ver todo o esforço desse processo sendo reconhecido. Esse trabalho me mostrou que a escola pode ser muito mais do que um espaço com salas de aula, é um lugar onde podem surgir oportunidades reais. Depois dessa vivência, enxergo o ambiente escolar com muito mais valor e potencial”, detalhou.
O incentivo proporcionado pela construção do projeto, na Escola Professor Trindade Verna, envolveu os alunos desde a fase de idealização, assim como nas etapas de indicação de sugestões, análises de conteúdo e organização das ações para a obtenção dos resultados esperados. Maria Hemilly Leite, que também estuda o 9º ano do ensino fundamental II, explica que a oportunidade lhe proporcionou mais conhecimento. “Mudou totalmente minha visão sobre o que a educação pode transformar e hoje vejo que a escola pode ajudar muito naquilo que cada pessoa sonha para o futuro”, comentou.

