Acesse o Portal Sebrae
Há cerca de quatro anos, Élida Amorim foi diagnosticada com doença celíaca. Com o impacto dessa restrição alimentar, começaria a luta na busca por alimentos sem glúten. E, foi justamente na dificuldade em encontrar produtos no mercado paraibano que ela começou a estudar e desenvolver as próprias receitas. Dois anos depois, em 2021, surgiu a Delaine Sem Trigo, empresa de pães e bolos, que busca cada vez mais a inclusão alimentar. O empreendimento, atualmente conduzido por Élida e pelo filho Neto, recebeu assessoria do Sebrae/PB, por meio dos programas Agente Local de Inovação (ALI), e tem ganhado destaque no mercado pessoense.
Neto Porto, sócio de Élida, conta que a ideia da empresa surgiu ao perceberem que a qualidade dos pães e bolos, tão elogiados pelos amigos, tinha chegado aos ouvidos e paladares de pessoas desconhecidas. “Minha mãe foi fazendo dentro de casa, ainda não tinha o selo próprio para celíaco. Fez uma pequena estrutura, passou a comercializar e entrou a ideia do empreendedorismo”, relata o jovem, que ao longo do processo descobriu a intolerância à lactose e, mais uma vez, transformou a dificuldade alimentar em mais uma ideia para o negócio.
“Fomos desenvolvendo outras receitas para outros clientes que começaram a chegar à empresa. Percebemos que tem essa demanda necessária. Hoje em dia a maioria dos nossos produtos são sem leite, atendemos pessoas com alergia à proteína do leite de vaca (APLV), sensíveis ao glúten, celíacos, diabéticos, alérgicos a ovo e veganos. Começamos a desenvolver receitas para que pudéssemos incluir todo mundo. Os diferenciais que nos fazem nos destacarmos é a segurança alimentar, que é produzir alimentos livres de contaminação cruzada”, explica Neto Porto.
A partir das ideias inovadoras e ao enxergar potencialidades no mercado de João Pessoa, com a orientação empresarial adequada, Élida e Neto já colhem os frutos e concorrem ao Programa Nacional de Inovação do Sebrae. Nos últimos dois anos, a Delaine Sem Trigo teve um aumento percentual de vendas de 2.291%. Em janeiro de 2021, eram feitos 48 produtos por mês. Já em dezembro de 2022 a produção mensal foi de 1092 itens. Os empresários aumentaram os pontos de revenda, que somam oito locais, produzem a própria farinha de mandioca, reaproveitam resíduos e expandiram o catálogo que passou de 14 para 53 itens.
“Começamos a nos destacar não só pelo sabor, mas pelo valor dos nossos produtos, que são os mais acessíveis no mercado local. O intuito da nossa empresa não é só o lucro, é também propiciar que pessoas que tenham restrições alimentares possam participar de momentos mais inclusivos na hora das refeições. Como empresário tenho o objetivo também de ajudar outros empreendedores do ramo alimentar a se desenvolverem e a se destacarem”, ressalta Neto Porto.
Mercado em alta – Saber enxergar na dificuldade que enfrentariam para encontrar alimentos livres de contaminação no mercado de João Pessoa uma possibilidade de negócio fez toda a diferença na vida deles e dos clientes, que também estavam carentes de uma empresa que ofertasse segurança no processo de produção dos alimentos sem glúten. É justamente essa expertise que o empreendedor precisa ter ao querer inovar ou começar o próprio negócio.
“Essa demanda por produtos mais naturais e para pessoas com restrições alimentares está cada vez mais crescente no mercado. Mas, o número de empresas que estão se atentando para isso ainda é muito baixo. A Delaine vem se destacando pela qualidade dos produtos e preocupação no processo de elaboração dos alimentos, desde a compra dos ingredientes e fabricação da própria farinha. Tudo isso é muito importante, porque se traduz em inovação e em diferenciais para os clientes”, explica a analista do Sebrae/PB, Cláudia Pereira.
Ela destaca ainda que as empresas que atuam com venda de alimentos devem se atentar não somente às necessidades do mercado, mas também na apresentação, sabor, qualidade, além de trabalhar a marca no meio digital.
