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Empreendedorismo prateado: conheça as empreendedoras que chegam aos 60 anos realizando o sonho do próprio negócio

Yumi Watanabe e Alkíria Rezende contam os desafios e satisfação em ter a própria empresa e continuarem ativas no mercado
Por Divulgação
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Para muita gente a chegada dos 60 anos significa a aposentadoria, o descanso ou mais tempo para o lazer. Mas para Yumy Watanabe e Alkíria Rezende, essa fase da vida pode e deve continuar ativa. No caso delas, a empolgação continua através da reinvenção e do sonho de manter o próprio negócio.

O empreendedorismo está na veia das duas empresárias há muito tempo e, segundo elas, só melhorou ao longo dos anos, com ideias e vontade de continuar sendo “donas do negócio”. Yumy Watanabe conta que empreende desde adolescente. Na idade adulta, largou a odontologia para trabalhar na área de hotelaria, como gerente. Porém, o sonho de ter uma empresa estava no coração. “Há alguns anos voltei a morar em João Pessoa e queria muito montar um negócio. Surgiu um restaurante e eu comprei. O restaurante foi um sucesso, com cinco estrelas no Google. Mas tive problemas na renovação do contrato de aluguel e fechei”, contou.

O negócio foi encerrado, mas a vontade de empreender só aumentou e ela decidiu ter um pet shop e já projeta em expandir para um hotelzinho pet. “Fiquei apavorada no começo, tanto no restaurante como no pet shop, porque não entendia nada de nenhum dos dois. Mas o pavor foi apenas na primeira semana. Depois, com esforço e força de vontade para aprender e inovar, deu tudo certo”, revelou. Ela reforça ainda que os desafios deixam a vida mais empolgante e ela se sente renovada. “A cada nova empreitada, me sinto uma jovenzinha, apesar dos meus quase 60 anos, empolgada, renovada, no gás, apesar do corpo às vezes não acompanhar. Mas nada que uma boa noite de sono não resolva”, brinca.

Com Alkíria Rezende, que empreende há 21 anos, a empolgação segue firme. Dona de uma empresa de alimentos naturais, ela começou o próprio negócio por necessidade, para criar as três filhas em meio ao desemprego. Como sempre teve uma alimentação saudável e gosta da área, viu uma oportunidade para começar. “Quem empreende tem dentro de si o desejo de vencer, construir algo e deixar um legado. Aprendi com meus pais, duas pessoas que me incentivam muito. São 21 anos que nós estamos no caminho e cada dia mais temos mais pessoas interessadas em consumir nossos produtos. Eu penso grande, mas pensando na qualidade, excelência e em desenvolver mais produtos”, detalhou.

Na pandemia do Covid-19, Alkíria enfrentou desafios que quase a fizeram desistir da empresa, acumulando dívidas, perdendo clientes e com um futuro incerto para quem empreende. Porém, foi justamente essa dificuldade que a fez enxergar outras possibilidades dentro do negócio. “Estava pronta para expandir a empresa. Veio a pandemia e destruiu tudo. Tive que recomeçar. Eu não conhecia o meu cliente final. Aí, comecei a vender pelas redes sociais e trabalhar com eventos, que hoje é o nosso consumidor final”, lembrou.

Para Alkíria, o sonho de empreender se renova todos os dias, ao ver feedbacks dos clientes, a sustentabilidade do negócio e a satisfação de ver, na prática, as ideias que decidiu arriscar. “Sucesso é você ter cliente, manter um padrão e chegar todos os dias e realizar o seu sonho e ter tudo alinhado com o seu coração”, frisou.

Mais experientes e confiantes – São inúmeras as vantagens de empreender mesmo após os 60 anos, como o acúmulo de experiência, a confiança e sabedoria para lidar melhor com os desafios e gestão de um negócio.

A analista técnica do Sebrae/PB, Ana Rêjane Germano reforça que o “empreendedor prateado”, como são conhecidos os empresários que iniciam o próprio negócio nessa fase da vida, carregam a capacidade de enxergar o mercado de outra forma e têm mais vontade de criar e inovar, sem medo. “Podemos dizer que a experiência acumulada ao longo dos anos pode oferecer uma visão valiosa sobre o mercado, negócios e pessoas e isso pode ser um grande diferencial dentro da competitividade. Muitos empreendedores mais velhos já chegam com uma base financeira mais sólida, o que pode permitir mais liberdade e segurança ao iniciar um novo negócio”, destacou a analista.

Ela lembrou ainda que quem chegou aos 60 e quer iniciar na jornada do empreendedorismo pode buscar oportunidades de investimento que aliem habilidades profissionais e até mesmo sonhos e gostos pessoais. “Esses nichos estão alinhados com a experiência de vida, interesses e necessidades específicas dessa faixa etária. Escolher um nicho que alie experiência e interesse para tornar a jornada empreendedora mais gratificante e satisfatória”, disse Ana Rêjane.

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