Para se destacar e ter sucesso como empreendedoras as mulheres ultrapassam várias barreiras, como a dupla ou até tripla jornada que impactam na falta de tempo para se dedicarem integralmente a própria empresa, seja se capacitando ou buscando melhorias na gestão. Prova disso é a carga horária média de 32,7 horas semanais que as mulheres dedicam ao seu negócio na Paraíba. Inclusive, esse tempo varia se a empreendedora possui mais de um emprego. O dado está na pesquisa “Donas do Negócio”, divulgada pelo Sebrae/PB neste mês.
A falta de tempo para focar especialmente na própria empresa é um fator que contribui também para a remuneração que essas mulheres têm a partir dos produtos ou serviços que comercializam. Conforme a pesquisa, 44, 2% das empreendedoras ganham até meio salário mínimo como renda do seu negócio. Enquanto somente 2,3% recebem de cinco a dez salários mínimos ao comandar a própria empresa.
A gerente da Unidade de Educação Empreendedora do Sebrae/PB, Humara Medeiros, lembra que essas dificuldades enfrentadas pelas mulheres empreendedoras se dão pelos outros papeis que elas desempenham na rotina, sendo mães, donas de casa e até mesmo tendo um emprego formal que termina sendo a sua principal renda. “A gente percebe que ela tem uma perda em comparação ao sexo masculino, porque desenvolve alguns outros papeis que não são apenas o de mulher empreendedora. Com isso, faz com que ela passe por algumas situações e não consigam dedicar tanto tempo ao próprio negócio”, disse a gerente.
Um outro desafio para as mulheres empreendedoras é a informalidade. Na Paraíba, 84,2% das empreendedoras atuam sem CNPJ. A falta da formalização dificulta a sustentabilidade e crescimento do negócio, como participar de programas de crédito, apoios governamentais e direitos previdenciários. Para sanar essa dificuldade, Humara Medeiros lembra que o Sebrae/PB desenvolve diversas ações em parceria com órgãos governamentais e também com instituições de incentivo ao empreendedorismo feminino para apoiar as mulheres na formalização e melhoria dos seus negócios.
Entre as atividades disponibilizadas pelo Sebrae estão cursos gratuitos e realizados de forma online, eventos de capacitação focados no empreendedorismo feminino, além dos atendimentos nas agências do Sebrae e Salas do Empreendedor. “É justamente nisso que a gente precisa sensibilizar e despertar essas mulheres, apresentando o que o Sebrae pode e tem como fazer para que ela possa se capacitar para tornar o seu negócio mais sustentável no mercado de trabalho, seja com as empresas que elas têm ou que estão montado”, completou a gerente.