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Engenheira se destaca como empreendedora em projeto que transforma rejeito de esgoto em fertilizante

Ela atuou com o Sebrae em capacitações e feiras e comemora o Dia das Mulheres e Meninas na Ciência
Por Valdívia Costa
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Esta terça-feira (11) será comemorada pelas mulheres das ciências em todo o mundo. E não é diferente para a engenheira de Campina Grande, Joelda Dantas, que tem um projeto que transforma água de rejeito de esgoto em fertilizante de alto valor agregado. Ela atuou com o Sebrae/PB em capacitações e feiras e comemora o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência com uma carreira em plena expansão.

A analista técnica da agência do Sebrae em Campina Grande, Ivana Sena, disse que a data é um marco, um dia para celebrar quem enfrenta todas as dificuldades para se posicionar nos mercados das pesquisas. “É um dia para celebrar as conquistas dessas mulheres empreendedoras. Muito além disso, elas buscam na ciência e na pesquisa o insumo, a matéria-prima, um novo olhar diferenciado nesta área. Entender, de forma abrangente, como podem solucionar alguns problemas da sociedade, hoje já é uma realidade dessas empreendedoras. Nós já contamos com elas, que saíram da pesquisa, saíram da ciência para o mundo”, comentou.

Joelda com analistas do Sebrae/PB/ Foto: Divulgação/ Sebrae/PB

Ivana Sena lembrou que o Sebrae está junto para motivar mulheres cientistas e pesquisadoras, que buscam trazer essa nova experiência, um novo olhar para o mundo, para a comunidade científica. Foi assim que Joelda Dantas encontrou o apoio necessário para empreender nas pesquisas. Ela é doutora em Ciência e Engenharia de Materiais (PPGCEMat/UFCG) e PhD em Energias Alternativas e Renováveis (PPGER/UFPB).

Joelda Dantas tem uma startup chamada InPyro, de base científica e tecnológica, dedicada no aproveitamento técnico eficiente de resíduos orgânicos, especialmente aqueles de difícil destinação, como lodos produzidos em ETA e ETE. A empresa tem uma sócia fundadora, a outra engenheira de materiais, Elvia Leal, que tem ênfase em Petróleo e Gás-ANP, e é engenheira de Segurança do Trabalho, com vasta experiência em síntese e desenvolvimento de materiais tecnológicos, caracterização e propriedades de materiais.

“Além de sanitizarmos 100% estes resíduos perigosos, ainda transformamos em bioprodutos de valor agregado”, detalhou a Joelda Dantas. Ela lembrou que a InPyro foi premiada como a Startup destaque no Programa Impulse Campina da SECTI em 2024, além de impulsionada pelo InovAtiva Nacional e HUB CNA no mesmo ano. A startup foi uma das empresas premiadas em 2022, na Premiação de Inovação Tecnológica, promovido pela Inova/UFPB. A solução oferecida pela InPyro foi selecionada para participação em importantes programas de fomento nacional e estadual, como o Catalisa ICT (2021), Startup Ne/Pb (2023), Conecta Energia RN (2023), Impulse Campina (2024), Conectando Startups Transição Energética SECTIES/FAPESQ/PB (2024), com apoio do Sebrae Nacional, Fundep, CNPq e Fapesq.

Joelda apresentando projeto/ Foto: Divulgação/ Sebrae/PB

Joelda Dantas também participou de importantes eventos como a Conferência Anprotec 2022 em Salvador (BA), e Neon 2023 em São Luís (MA), entre outros. As sócias Joelda e Elvia destacam que a Paraíba poderá ser pioneira e deixar de aterrar matéria-prima rica em nutrientes e micronutrientes. O projeto aproveita essa matéria prima mediante a sua transformação por engenharia de pirólise em produtos nobres, como biochar (biofertilizante, corretor de solo ou biocarvão) e biocombustíveis (biogás e bio-óleo). Dentre as vantagens do potencial da solução para gerar resultados positivos, como impactos ambientais e sociais.

“Os aterros não ficarão sobrecarregados e os bioprodutos gerados poderão ser utilizados de forma útil e segura na agricultura, paisagismo e jardinagem dos próprios municípios da PB, além de encontrar aplicação na indústria química e setores energéticos. É um projeto que incorpora práticas robustas no meio ambiente, mas que transforma também o social e a governança, contribuindo para a independência de insumos importados, além de incorporar carbono ao solo, possibilitando a obtenção de créditos de carbono e promovendo a geração de energias renováveis e uma agricultura mais sustentável”, descreveu. O Dia das Mulheres e Meninas na Ciência foi uma data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015.