Incentivar o empreendedorismo feminino e trabalhar uma experiência sustentável a partir de uma produção agroecológica com o desenvolvimento de hortaliças, folhagens, verduras, entre outros produtos. Essa é a proposta do projeto “Minha terra, meu sustento”, que está em fase de implantação pelo Sebrae/PB e conta com a parceria do IFPB e Prefeitura de Sousa, na região do sertão do estado.
O desenvolvimento do plantio está sendo projetado em duas áreas, uma com dimensão de um hectare localizada no perímetro irrigado das Várzeas de Sousa, que ficará reservada para atuação da Associação Comunitária de Mulheres Rurais das Várzeas de Sousa, e outra no perímetro irrigado de São Gonçalo, com lotes individuais para produção.
De acordo com o analista técnico do Sebrae/PB, Fabrício Vitorino, além de incentivar o empreendedorismo voltado ao público feminino, o projeto tem a finalidade de entregar produtos sem o uso de agrotóxicos e valorizar a realidade social das famílias produtoras. “Essa iniciativa visa transformar o contexto socioeconômico das famílias que moram no campo, considerando o potencial produtivo existente para o cultivo de alimentos, assim como cumprir com a responsabilidade ambiental de entregar ao público consumidor, produtos sem a utilização de agrotóxicos”, comentou.
Um sistema de irrigação com mangueiras já foi instalado nas áreas contempladas pelo projeto e a próxima ação será realizar o processo de adubação do solo para o cultivo de sementes. Nesta fase atual, o projeto vai contemplar 25 famílias, 11 delas ligadas diretamente à associação. A opção pela cultura de ciclos curtos é também uma estratégia adotada pelo projeto em visão do retorno financeiro mais rápido e garantia de uma maior sustentabilidade para as famílias. “Esse modelo de produção gera uma maior oportunidade em questão do resultado ser rápido e garante uma situação financeira com retorno em menos tempo”, disse Fabrício Vitorino.
Conforme a presidente da Associação Comunitária de Mulheres Rurais das Várzeas de Sousa, Maria Aparecida Gomes da Silva, a expectativa é que o plantio mude a realidade das mulheres que moram em áreas rurais. Segundo ela, o desenvolvimento da produção será uma chance de garantir a própria renda. “Eu enxergo esse projeto como uma oportunidade de crescimento para as famílias da associação, especialmente nós mulheres. Isso porque a maioria apenas cuida da casa e com esse trabalho será diferente. Vai melhorar a renda e existe o lado coletivo também do processo. Tudo é feito com muita união”, destacou.
O professor e agente de inovação do campus do IFPB no município de Sousa, Francisco Tibério Felizmino de Araújo, enfatizou a parceria entre as instituições como um compromisso assumido em favor do fortalecimento do desenvolvimento regional. “É uma parceria estratégica que ocorre para gerar uma experiência de sustentabilidade e contribuir com o desenvolvimento regional com foco no aprimoramento da prática agrícola. Existe nesse ambiente o comprometimento educacional, a partir da formação de como desenvolver o plantio, e como resultado, uma influência direta na realidade socioeconômica das comunidades envolvidas”, disse.