Agência Sebrae de Notícias

Desenvolver projetos que possibilitem a resolução de problemas relacionados ao saneamento básico, com a execução de novas estratégias e sustentabilidade. Esse foi o objetivo do InovaHack – hackathon promovido pela Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Capepa), em parceria com o Sebrae/PB e que contou com a participação de 223 estudantes do nível médio técnico da rede estadual e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A proposta também teve apoio da OpenCadd, Luz Criações e os Programas Celso Furtado e Ouse Criar da Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia da Paraíba.

O desenvolvimento do hackathon aconteceu no período de 11 a 12 de junho e a premiação reconhecendo os vencedores pela idealização de soluções foi realizada na última quinta-feira (4), em uma solenidade no auditório da Reitoria da UFPB, com a presença do diretor técnico do Sebrae/PB, Luiz Alberto Amorim, além de professores, alunos e representantes das instituições parceiras.

O hackathon, termo também conhecido pela experiência de reunir pessoas em um determinado período e local para a construção de soluções inovadoras e criativas, foi organizado a partir da identificação de demandas da própria Cagepa, considerando a sua atuação e os desafios enfrentados no território paraibano. O processo de construção de ideias aconteceu com a formação de grupos entre os participantes, observando as modalidades dos níveis médio técnico e superior, além da adoção de metodologia e etapas para produção, que foram avaliados por uma banca de especialistas.

Conforme a gerente de Educação Empreendedora do Sebrae/PB, Humara Medeiros, um dos aspectos da proposta foi despertar e trabalhar o processo da cultura empreendedora junto aos participantes. “O propósito é trabalhar a cultura empreendedora no ensino formal e esse projeto em especial, apresentado pela Cagepa, veio justamente nos apresentar a ideia de trabalhar a problematização da água com alunos do ensino médio e ensino superior. Para o Sebrae isso é de fundamental importância, porque a gente entende que esses jovens podem estar fazendo através de ferramentas, novos comportamentos, visões e atitudes a diferença na criação de ideias”, disse.

Na modalidade ensino superior, a ideia vencedora foi elaborada pela equipe Can’n’gica, que trabalhou a criação de um Otimizador Automático de Investimento em Saneamento (Oasis), com a finalidade de colaborar com o processo de universalização da rede de tratamento de esgoto.

A iniciativa consiste em um processo de otimização, cujo objetivo é minimizar os custos de investimento para implementação de novas redes de tratamento de esgoto em cidades que não possuem o serviço. Por meio de parâmetros financeiros e humanizadores, o algoritmo desenvolvido pelos estudantes é capaz de direcionar investimentos e otimizar a escolha de quais cidades ou bairros devem ser priorizados no processo de construção de novas redes de saneamento.

De acordo com a estudante do curso de Engenharia de Energias Renováveis e integrante da equipe vencedora, Júlia Alves, a experiência de trabalhar a construção de uma proposta viável e prática foi enriquecedora. “A experiência foi engrandecedora em todos os sentidos, principalmente pelo fato de despertar em nós estudantes o desejo de empreender. Além da bagagem técnica que adquirimos na universidade, o contato com atividades como a desenvolvida no evento nos faz pensar em ideias inovadoras e como fazer dessas ideias uma realidade de mercado. É um processo que colabora para a transformação de uma realidade”, explicou.

Segundo o assistente de diretoria da Cagepa, Filipe Magalhães, o intuito é levar cada ideia para análise e desenvolvimento no laboratório de inovação do Parque Tecnológico da companhia. “O hackathon é uma experiência rápida, mas agora a gente terá a oportunidade de conversar e aprimorar com mais tempo as ideias que foram apresentadas, assim como orientar cada equipe. A gente já está organizando pra desenvolver essa dinâmica no futuro laboratório de inovação da companhia no parque tecnológico da Paraíba, mas isso será feito o ano que vem”, revelou.

O professor e diretor do Centro de Energias Alternativas e Renováveis (CEAR) da UFPB, Euler Macêdo, destacou que o hackathon foi uma oportunidade importante para o desenvolvimento do processo criativo dos alunos, assim como possibilitou também a construção de ideias que podem contribuir para a melhoria de vida das pessoas. “Foi uma experiência muito positiva porque nós conseguimos materializar os conhecimentos teóricos que os alunos estudam em sala, com as demandas reais da Cagepa, fazendo com que cada aluno se sinta protagonista, mostrando suas próprias soluções pensadas em uma proposta de melhorar a qualidade de vida das pessoas e das cidades que recebem o serviço”, comentou.

Equipes vencedoras – Na modalidade nível superior, a primeira posição foi conquistada pela equipe Ca’n’gica, enquanto o segundo e terceiro lugares foram ocupados pelas equipes eFormeiros e Curto-Circuito, respectivamente. No nível médio, o título de vencedor ficou com a equipe Willes ++, formada por alunos da Escola Estadual Cidadã Integral Técnica Chiquinho Cartaxo, da cidade de Sousa. Em seguida, na segunda colocação ficou a equipe The Five, da Escola Estadual Cidadã Integral Técnica Horácio de Almeida, localizada em João Pessoa, seguida da equipe Eco Água, da Escola Cidadã Integral Técnica Dom Marcelo Pinto Carvalheira, em Guarabira.

Premiação – As premiações em dinheiro para as equipes que conquistaram o primeiro, segundo e terceiro lugares foram, respectivamente, de R$ 5 mil, R$ 3 mil e R$ 1.500, e para as equipes de nível médio, R$ 1.000, R$ 600 e R$ 400. Os valores foram disponibilizados pela OpenCadd como ação de incentivo aos participantes.

Sebrae 50+50 – Em 2022, o Sebrae celebra 50 anos de existência, com atividades em torno do tema “Criar o futuro é fazer história”. Denominado Projeto Sebrae 50+50, a iniciativa enfatiza os três pilares de atuação da instituição: promover a cultura empreendedora, aprimorar a gestão empresarial e desenvolver um ambiente de negócios saudável e inovador para os pequenos negócios no Brasil. Passado, presente e futuro estão em foco, mostrando a evolução desde a fundação em 1972 até os dias de hoje, com um olhar também para os novos desafios que virão para o empreendedorismo no país.